Por Carol Andrade
Outro dia fiquei intrigada com uma frase pichada em um muro branquinho: “Faustino estuda para concurso de auditor fiscal”. Algum tempo depois, descobri um texto falando sobre esse personagem irreverente, que é a cara da nossa cidade.
Faustino fez sucesso no final dos anos 70, ainda na época da ditadura militar. Da Barra ao Iguatemi, frases falavam sobre os desejos e a rotina de uma figura que representava bem um cidadão de classe média de Salvador. Tipo: “Faustino tem um terreno na Ilha” ou “Faustino cheira o fio dental”.
O personagem foi criado pelo artista plástico Miguel Cordeiro, na época, um dos pioneiros a atacar os muros de Salvador, quando esse lance de street art nem existia. Miguel deu vida à Faustino em 79 e parou de pichar em 86.
Mas eu preciso confessar, era um tempo em que eu nem sonhava em nascer! Agora em 2013, Salvador recebe Faustino novamente. A cidade mudou bastante e Faustino acompanha seu ritmo e seu novo tempo. As frases aparentemente são bizarras, mas dizem muito sobre a classe média soteropolitana.
São críticas bem humoradas e irreverentes, ditas de uma forma bem baiana. Fique atento aos muros e às novidades de Faustino, que no mínimo, vão te tirar um sorriso do rosto.
+ infos:
Blog: Miguel Cordeiro
Blog Arte na Rua: Faustino está de volta ao cenário urbano
Blog Bahia na Rede: Entrevista com Miguel Cordeiro
* motivo #57